Praias Deslumbrantes e Vida Marinha na Malásia
Descubra as praias deslumbrantes das ilhas Langkawi e Perhentian, perfeitas para relaxar e explorar a vida marinha. Aprecie a deliciosa culinária da malásia com a sua fusão de sabores.
ASIA
Daniel Ribas
8/18/20163 min ler
As ilhas Perhentian
Com o sol bravo do meio-dia, embarcamos no porto de Kuala Besut com destino às ilhas Perhentian. Escolhemos a ilha mais tranquila para relaxar e fazer snorkling – a Perhentian Besar, a maior das duas. Largamos as tralhas, no bangaló alugado, e saímos para passear sob o olhar curioso dos dragões de komodo, também conhecidos como os crocodilos-da-terra. Passado algum tempo, com os olhos cansados de os vermos, já não sentimos arrepios na espinha. Na praia, um casal espanhol, tenta reservar um barco para fazer snorkel. Aparentemente, querem marcar para o dia seguinte. Nós juntámo-nos a eles. O senhor do barco, enquanto conta as notas, garante que vamos ver tartarugas e quase de certeza tubarões. – O quê, tubarões? Pergunto eu, já arrependido! — Sim, são tubarões do recife, completamente inofensivos e vegetarianos. A Ana, como costuma pontapear as pedras e magoar os pés, ficou entusiasmada com a ideia de poder fazer snorkel em águas relativamente profundas, mas eu fiquei preocupado (vamos dizer preocupado só por simpatia ).
Snorkling
O sol nasceu forte e brilhante. O mar estava calmo e a visibilidade da água era excelente. Embarcamos com o casal espanhol e 20 minutos depois já estávamos envoltos numa nuvem de odor a gasóleo que acabou por indispor a Ana. No primeiro dos quatro pontos previstos para mergulhar: vimos alguns peixes, mas o que mais me fascinou foram as cores da água, os corais e o areal que podíamos avistar. Sempre fui uma pessoa mais de rio, mas foi aqui que eu me apaixonei pelo mar. Quando paramos pela segunda vez foi para ver tartarugas. Nadar com elas foi inesquecível (e é bom que assim seja porque, infelizmente, não tínhamos nenhuma câmara subaquática para registar o momento)!Deslumbrados, nunca pensamos que o próximo ponto de mergulho seria capaz de superar o anterior! Mas foi, e muito! Tantos e variados peixes de todas as cores e feitios – curiosos, desconfiados, atrevidos, indiferentes e alguns muito tímidos e cautelosos como o Nemo. Incrível, ainda assim, o clímax da nossa aventura marítima, estava guardado para o quarto e ultimo sítio de mergulho. Saltamos do barco, eu com receio, obviamente, e não passaram 5 minutos até a Ana avistar o primeiro tubarão. A partir daí encontrei e persegui, só para mostrar quem manda, uns 6 tubarões relativamente pequenos… O plano estava a resultar – os pequenos fugiam de mim e eu, atrás deles, exibia uma confiança que, na verdade, não sentia, até que o pai, ou a mãe, das crianças resolve aparecer! Os nossos olhos cruzaram-se – no mesmo eterno instante. Eu na água, rodeado de peixes que não conheço, ele só não me conhece a mim! Não nada como os outros peixes, comporta-se como um predador nato, parece farejar e sondar o ambiente – aparece e desaparece no mesmo instante com a facilidade de um fantasma. Eu nado para o barco assombrado e perseguido com a imagem do meu maior pesadelo.
Os tubarões
A Ana, já lá estava e sujava com vómito as águas, como se quisesse atrair os tubarões com engodo. Mas não, estava mesmo enjoada e precisava de descansar. Depois chegam os espanhóis e dizem-nos: – “amigos, aquí no hay tiburones.” Não quis acreditar, as águas estavam infestadas, como é possível? Ao que parece eu não gosto de tubarões, mas eles gostam de mim, pensei. Encontrei coragem e força para lhes mostrar onde antes vira os tubarões. Nadei com eles uns 50 metros, apontei para um pequeno tubarão e regressei ao barco – já demasiado cansado e dominado pelo terror. Curiosamente, foi o único tubarão que viram. Depois, todos no barco, esgotados e extasiados regressamos à praia. Sinto-me aliviado por estarmos outra vez em movimento. Existiu um tempo em que estivemos no mesmo lugar – eu e o meu maior medo: os tubarões. No barco, esse instante passou e ficou coberto pela certeza de que nunca mais nos encontraremos.
Atracamos na praia certos de que tínhamos feito o melhor snorkel das nossas vidas. Todavia, infelizmente, esta experiência deixou marcas, não somente na memória, mas também na pele – apanhamos um grande escaldão. Não há nenhum protetor solar que proteja tanto tempo na água e nós, com o nosso entusiasmo imprudente, não usamos roupa apropriada. Como estariam os espanhóis, que conseguiam ser mais brancos do que nós? Não sei! Nunca mais os voltamos a ver.
No dia seguinte, aproveitamos as lindíssimas praias e fizemos canoagem, mas desta feita, sem largar o chapéu e a camisola, nem mesmo por um segundo: gato escaldado tem medo da água fria. Ao entardecer jantamos no “B-first“, onde nos serviram um ótimo arroz frito com ananás e vegetais estufados em caril e para acompanhar tivemos direito a um por-do-sol tremendo – um horizonte que faz sonhar.
Os dias aqui voaram! Regressamos à Malásia continental e seguimos para norte, rumo a Kota Bharu.









